Motorista de
ônibus é preso depois de tentar atropelar agentes de trânsito da CET-Rio
Caso aconteceu na tarde desta segunda-feira na Avenida Presidente Vargas
esquina com Rio Branco, no Centro do Rio
POR ANTÔNIO WERNECK
02/03/2015 21:00 / ATUALIZADO 02/03/2015 22:58
RIO - O
motorista de ônibus Wellington Xavier Coutinho Júnior, de 35 anos, foi preso em
flagrante na tarde desta segunda-feira acusado de tentar atropelar agentes de
trânsito da CET-Rio, depois de avançar o cruzamento da Avenida Presidente
Vargas com a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Wellington, ao volante de um
ônibus da Empresa Real, linha 190 (Rodoviária Novo Rio-Leme), lotado, ignorou
os avisos dos fiscais de trânsito, passou sobre barreiras de plásticos e avançou
em direção dos funcionários da Prefeitura do Rio que trabalham no local. Em
seguida, tentou fugir: acabou alcançado por PMs alertados pelos fiscais e foi
detido.
— Ele vinha
da Candelária, pela Presidente Vargas, na pista em direção à Central do Brasil.
Aí tentou dobrar em direção à Avenida Rio Branco, o que é completamente
proibido. Chegamos a alertá-los, tentamos impedir, mas ele avançou com o ônibus
lotado. Passou sobre as barreiras de borracha e só não fomos atropelados porque
pulamos para o lado — disse o supervisor geral da CET-Rio, Carlos Eduardo
Lopes.
O caso
lembrou o do motorista Leandro Rodrigues da Silva, de 29 anos, que ao tentar
escapar, no dia 11 do mês passado, após se envolver num acidente de pouca
gravidade com um carro na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio,
atropelou o supervisor de tráfego da CET-Rio David Bezerra da Silva, de 33
anos, que pegava as informações do acidente para fazer o procedimento de praxe.
O ônibus passou por cima das pernas e do quadril de David. Internado no
Hospital Souza Aguiar, o fiscal acabou morrendo.
O supervisor
geral da CET-Rio, Carlos Eduardo Lopes, fiscalizava o trânsito no local ao lado
do inspetor Gesse Pinto, de 27 anos, há três anos na CET-Rio; e do agente de
trânsito Matheus Vicente, de 20 anos, quando o motorista avançou.
— Quando ele
dobrou na Presidente Vargas em direção à Rio Branco, fechou o cruzamento.
Tentamos alertá-lo que a manobra era proibida, mas ele avançou. Lembrei na hora
do David, nosso colega de trabalho — disse Gesse.
O caso será
registrado como dano ao patrimônio público pois, segundo a polícia, as imagens
não representam prova suficiente de que o motorista tenha tentado atingir os
agentes propositalmente. Para sair da prisão, Wellington precisa pagar uma
fiança de R$ 700. Após o registro inicial na 4ª DP (Central do Brasil), ele foi
levado para a central de flagrantes da 5ª DP (Mem de Sá), segundo informações
da CET-Rio.
— Pedimos
perícia para o local, requisitamos imagens de câmeras e estamos ouvindo os
envolvidos. O motorista, ao depor, negou que tenha avançado com o ônibus contra
os fiscais. Ele confessou apenas que sabia que estava cometendo uma infração,
dobrando naquele ponto da Avenida Presidente Vargas; e admitiu que passou sobre
as barreiras com o veículo para chegar à Rio Branco — disse o delegado Cláudio
Vieira, da 4ª DP (Central do Brasil).
O
coordenador-geral da CET-Rio, Joaquim Dinis, que acompanhou os funcionários à
4ª DP, disse que acredita na versão dos fiscais e confia na investigação dos
policiais civis.
— Estamos
aqui para contribuir com as investigações. Recolhemos imagens de câmeras da
região e pedimos à Real (empresa de ônibus), que enviasse à Polícia Civil
imagens internas do ônibus na hora do incidente. Carlos Eduardo, supervisor
geral de operações de toda a CET-Rio, é muito experiente. Confio muito nele —
contou Joaquim.